Câmara de Ipatinga inicia serviço permanente com intérpretes de Libras para tornar sessões mais acessíveis

Câmara de Ipatinga inicia serviço permanente com intérpretes de Libras para tornar sessões mais acessíveis

Medida, implementada em 3 de novembro de 2025 pela Câmara Municipal de Ipatinga, assegura tradução simultânea em reuniões, audiências e solenidades, promovendo inclusão da comunidade surda no Legislativo


Em uma iniciativa marcante para a acessibilidade parlamentar, a Câmara Municipal de Ipatinga passou a contar, a partir de 3 de novembro de 2025, com serviços presenciais de tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A medida visa garantir que pessoas surdas acompanhem com autonomia os trabalhos legislativos da Casa, ampliando o alcance das informações e promovendo a plena participação cidadã. 

Principais pontos da medida

  • O contrato firmado pelo Legislativo local inclui a atuação de intérpretes com proficiência comprovada em Libras, em regime de revezamento, durante reuniões ordinárias e extraordinárias, sessões solenes, audiências públicas, comissões e demais eventos oficiais. 

  • A contratação resulta de licitação específica (Pregão Eletrônico nº 11/2025) publicada pelo órgão, regulamentando o registro de preços para a futura e eventual prestação do serviço de acessibilidade comunicacional. 

  • De acordo com o contrato‑edital, os intérpretes devem atender às normas técnicas e éticas da profissão, possuindo certificados reconhecidos, além de preverem prorrogação do contrato conforme necessidade institucional. 

Motivações e implicações

O presidente da Câmara Municipal de Ipatinga afirmou que “acessibilidade não é um favor, é um direito”, enfatizando a importância de garantir que a comunidade surda acompanhe, em igualdade de condições, a vida política do município. 

Para a comunidade surda, a presença de intérpretes de Libras permite acesso direto às proposições, debates e decisões que impactam a cidade — uma vez que a Lei n.º 10.436/2002 e o Decreto n.º 5.626/2005 já reconhecem a Libras como meio legal de comunicação. 

Além disso, a iniciativa contribui para:

  • Transparência: ampliando a cobertura do Poder Legislativo para além de quem ouve normalmente.

  • Inclusão: reduzindo barreiras de comunicação para cidadãos surdos ou com deficiência auditiva.

  • Participação efetiva: permitindo que mais pessoas possam compreender e eventualmente interagir com as sessões.

Desafios e expectativas

Apesar da iniciativa ser elogiável, alguns aspectos merecem atenção:

  • A adaptação completa da estrutura de transmissão das sessões (por exemplo, transmissão ao vivo, plataformas digitais) para garantir que o serviço atinja também quem assiste remotamente ou fora do plenário.

  • O monitoramento da qualidade e continuidade do serviço — garantir que os intérpretes estejam presentes em todos os eventos previstos no contrato, e que a comunidade saiba quando e como utilizar o serviço.

  • A sensibilização pública para que cidadãos surdos saibam que esse direito está disponível — informação e divulgação são fundamentais.

Contexto local

A adoção desse serviço pela Câmara de Ipatinga insere‑se em um movimento crescente de órgãos públicos que ampliam a acessibilidade comunicacional. Já no primeiro semestre de 2025, o Legislativo municipal havia recebido estudantes surdos em sessões da Câmara Mirim — o que sinalizava uma demanda ativa por inclusão. 

Conclusão

Com a implementação formal e contínua dos intérpretes de Libras, a Câmara Municipal de Ipatinga dá um passo significativo no sentido de tornar o Legislativo mais acessível, inclusivo e alinhado aos princípios de participação democrática. Cabe agora o acompanhamento efetivo dessa ação para que o direito seja igualmente usufruído por todos os cidadãos.

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem