Discussão entre ex-casal em Ipatinga expõe risco de feminicídio e termina em denúncias de agressão
Mulher acusa ex-companheiro
de espancamento após briga; ele nega e também registra boletim — caso será
investigado pela Polícia Civil.
Uma discussão entre ex-companheiros na
cidade de Ipatinga (MG) terminou em denúncias mútuas de agressão,
reacendendo alertas sobre os riscos de violência em relações marcadas por
desentendimentos.
O episódio aconteceu no bairro Esperança, na noite de quarta-feira, quando a
mulher, de 39 anos, registrou ocorrência afirmando ter sido agredida pelo
ex-parceiro, de 38. Segundo relatos à Polícia Militar de Minas Gerais, os dois
haviam ingerido bebida alcoólica, o que teria contribuído para a escalada da
briga.
Como se desenrolou
Conforme a PM, vizinhos acionaram o 190 após ouvirem gritos e viram a mulher
sangrando em via pública na Rua Mal Me Quer. Ao chegarem, os policiais
identificaram a vítima com ferimentos no ombro, supercílio e nuca, decorrentes
de golpes — segundo ela, desferidos pelo ex-companheiro.
O suspeito fugiu em uma motocicleta modelo Honda CBX 200 Strada, perdeu o
controle e abandonou o veículo antes de seguir a pé. Até o fechamento desta
reportagem, ele não havia sido localizado.
Denúncias cruzadas e investigação
No curso da ocorrência, o ex-companheiro alegou ter sido provocado e que
haveria histórico de atitudes agressivas por parte da vítima. Com isso, ele
também registrou boletim de ocorrência, afirmando que se defendeu. A polícia
civil vai investigar quem iniciou o conflito e se as agressões foram recíprocas
ou caracterizam crime de violência doméstica.
Esse tipo de situação — de relações conflituosas após término ou separação — exige
atenção especial. Em março de 2025, por exemplo, um homem de 27 anos em
Ipatinga foi preso após agredir a companheira e cortar seus cabelos, em
episódio motivado por ciúmes.
Contexto e alertas
Especialistas reforçam que casos em que ex-casais prolongam conflitos,
sobretudo envolvendo bebida ou disputas por guarda, divisão de bens ou
habitação, estão entre os mais propensos à escalada para violência física. A
dificuldade em definir quem foi vítima ou agressor muitas vezes exige
investigação cuidadosa, perícias e depoimentos.
Além do dano imediato à saúde física e psicológica das pessoas envolvidas,
essas situações geram trauma para familiares, vizinhos e a comunidade.
O que fazer se você se encontra nessa situação
·
Procure registrar boletim de ocorrência o quanto
antes, com relatos claros dos fatos, testemunhas e, se possível, fotografias ou
vídeos.
·
Busque atendimento em unidade de saúde para
documentar lesões — isso fortalece a eventual ação judicial.
·
Em casos de término ou separação conflituosa,
evite encontros sozinho, notifique alguém de confiança e evite o consumo de
álcool em momentos de tensão.
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Considere acionar centros de atendimento à
mulher ou violência doméstica — mesmo que você seja homem — para orientação e
proteção.
·
Guarde mensagens, áudios ou vídeos que possam
comprovar ameaças ou agressões ou desvalorizações sistemáticas.

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