Pesquisa aponta Jair Bolsonaro na liderança para 2026, mesmo inelegível
Em levantamento recente do instituto Instituto Gerp e outros, o ex-presidente aparece à frente das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026, apesar de estar impedido de disputar por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Principais achados da pesquisa
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A pesquisa do Instituto Gerp, divulgada em 29 de março de 2025, mostra Bolsonaro com 41% das intenções de voto em cenário estimulado para 2026, contra **26% para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Em outro levantamento, o instituto Paraná Pesquisas apontou Bolsonaro com 38,5% e Lula com 33,3% das intenções.
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A inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 decorre de decisões judiciais do TSE.
Importância e contexto
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Ainda que inelegível, Bolsonaro continua sendo citado como o principal nome da direita para 2026 — sugerindo que, mesmo fora da disputa, ele exerce influência e mobiliza apoio.
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Esse fenômeno acende alertas sobre o grau de institucionalização da disputa política, sobre o impacto de figuras “fora do jogo” formal mas presentes no imaginário eleitoral, e sobre estratégias de sucessão ou substituição no espectro conservador.
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Políticos como Michelle Bolsonaro (ex-primeira-dama) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) surgem como “planos B” para esse campo político.
Metodologia e cautelas
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A pesquisa Gerp ouviu 2.000 pessoas entre os dias 22 e 27 de março de 2025, por telefone, com margem de erro de cerca de 2,24 pontos percentuais.
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A inelegibilidade formal não impede a sondagem de intenções de voto — ou seja, embora Bolsonaro não possa candidatar-se, ele aparece nas simulações.
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É preciso considerar o fator volátil de cenários eleitorais com quase um ano de antecedência: nomes podem surgir, alianças mudar, e a legislação eleitoral ou decisões judiciais podem alterar o “tabuleiro”.
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Outras pesquisas, como a do Datafolha, mostraram vantagem de Lula em vários cenários — o que evidencia divergência entre levantamentos e necessidade de cautela.
Implicações para a cobertura jornalística
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Esse tipo de resultado merece destaque: mostra que a “força simbólica” de um candidato pode persistir mesmo sem poder se candidatar — e isso gera dinâmica política própria.
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Cobrir a “inelegibilidade + liderança nas pesquisas” exige explicar claramente ao público o que significa “inelegível” (por decisão do TSE) e como isso impacta (ou não) o cenário eleitoral.
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Convém acompanhar também cenários de substituição (quem pode representar esse campo), e como os agentes políticos reagem a essa pesquisa — se reforçando ou buscando alternativas.
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Importante situar o leitor sobre a margem de erro, o período da coleta, e eventuais diferenças entre institutos para evitar dar “números absolutos” sem contexto.

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