Operação revela bilionário esquema de cobranças indevidas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
Empresário conhecido como “Careca do INSS” é preso e transferido à Papuda após investigação apontar mais de R$ 6 bilhões em prejuízos para aposentados e pensionistas
A Justiça Federal determinou a transferência do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes — conhecido popularmente como “Careca do INSS” — para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, após ser preso preventivamente no dia 12 de setembro de 2025.
Ele é apontado como figura central em um esquema que teria provocado prejuízos estimados em mais de R$ 6,3 bilhões aos beneficiários do INSS entre 2019 e 2024.
Como funcionava o esquema
A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que o esquema consistia em associações e entidades de fachada que cadastravam aposentados ou pensionistas sem a autorização deles para fazer desconto mensal automático nos benefícios do INSS.
Antunes teria recebido desses organismos valores que ultrapassam dezenas de milhões de reais. Segundo publicação da revista Veja, ele teria transferido cerca de R$ 49 milhões para uma empresa investigada entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024.
Relatórios também indicam que ele movimentou cerca de R$ 12,2 milhões em apenas quatro meses, conforme apurado pela PF.
Prisão, transferência e novas diligências
Além da prisão e da transferência à Papuda, a PF realizou busca e apreensão de veículos de luxo ligados ao empresário e a terceiros envolvidos.
Diligências também envolveram mandados para quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático, em operação que se estendeu pelo Distrito Federal e São Paulo.
Impacto para os aposentados e pensionistas
De acordo com documento oficial da própria autarquia, a estimativa é que 4,1 milhões de beneficiários possam ter sido vítimas de descontos não autorizados em seus benefícios.
As vítimas podem registrar contestação pelos canais da autarquia, como o app “Meu INSS” ou pela central telefônica, sem necessidade de advogados. O governo federal assumirá o ressarcimento desses valores, mesmo sem condenação dos responsáveis.
Defesa e posicionamento
Antunes nega ter integrado qualquer esquema criminoso. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso, afirmou que o apelido “Careca do INSS” é “uma narrativa fantasiosa”.
Segundo ele, suas empresas prestavam serviços legítimos e “sem ingerência ou responsabilidade sobre os descontos incidentes” nos benefícios.
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