Lula e Janja escolhem embarcação flutuante para hospedagem durante a COP30 em Belém
Em meio à crise hoteleira em Belém (PA) para a conferência, a Presidência da República informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva (Janja) se acomodarão no “barco-hotel” Iana 3, contratado pela equipe presidencial, com justificativa de atender critérios de segurança, preço e conforto.
Diante de relatos de preços elevados na rede hoteleira de Belém e da escassez de leitos adequados para o evento, o presidente Lula afirmou em outubro que “não vou nem para hotel, vou dormir num barco”, frisando que a conferência “não será a COP do luxo”.
O que se sabe até agora:
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De acordo com a assessoria presidencial, Lula e Janja foram acomodados no Iana 3, barco-hotel da empresa Icotur Transporte e Turismo, atracado na Base Naval de Val‑de‑Cans, em Belém.
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O valor do contrato não foi divulgado pelas autoridades. Segundo reportagem, o custo estimado divulgado para embarcações de luxo semelhantes na região poderia chegar a cerca de R$ 450 mil para o período da conferência.
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A Presidência informou ainda que o navio da Marinha do Brasil — o Navio‑Aeródromo Multipropósito Atlântico — chegou a ser avaliado, mas não atendeu às especificidades de hospedagem exigi
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Em nota oficial, o governo afirma que a empresa ou empresário anteriormente citados em reportagem como ofertantes do iate “não foram cogitados” e que o contrato se dará conforme “segurança, preço e conforto” — evitando, segundo o Palácio do Planalto, opções que configurassem “luxo”.
Por que esta escolha (e a polêmica):
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A demanda por hospedagem em Belém explodiu com a COP30: além dos delegados e chefes de Estado, milhares de participantes da sociedade civil, imprensa e representantes de países em desenvolvimento devem desembarcar na cidade, pressionando a infraestrutura local.
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A escolha de uma embarcação flutuante tem apelo simbólico alinhado ao discurso presidencial: mostrar que o evento será mais “real” e ligado aos desafios da Amazônia, e não uma vitrine de luxo.
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No entanto, críticos apontam que a figura da hospedagem em “iate ou barco-hotel” pode conflitar com a narrativa de austeridade e proximidade com a população, levantando questionamentos sobre custo, transparência e adequação da acomodação para o chefe de Estado.
E agora — o que acompanhar:
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Será importante acompanhar o contrato finalizado, valores contratados, quem é a empresa responsável e quais as cláusulas de fiscalização.
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Monitorar a infraestrutura de Belém para receber o evento e se a hospedagem presidencial será usada como referência ou exceção.
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Verificar como a escolha será percebida pela opinião pública, pela mídia internacional e pela sociedade civil — especialmente em um evento que discute justiça climática e impacto ambiental.

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