Lula afirma que COP30 fará o mundo olhar de forma diferente para a Amazônia
Em visita a ribeirinhos no Oeste do Pará, o presidente disse que a cúpula do clima no Brasil representa “olhar com outros olhos” para a floresta e seus povos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em 2 de novembro de 2025 que a próxima COP30, marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro em Belém (PA), será um momento de visibilidade global para a Amazônia—e não apenas mais uma conferência ambiental.
Durante visita à comunidade ribeirinha de Jamaraquá, na Flona do Tapajós, no Oeste paraense, Lula destacou que “essa COP30 é um momento único na história do Brasil, porque é um momento em que a gente está obrigando o mundo a olhar a Amazônia com os olhos que deve olhar para a Amazônia. Não é só pedir para a gente manter a floresta em pé”.
Ele acrescentou que manter a floresta em pé exige mais do que isso: “é preciso dar sustentação econômica, educacional, de saúde para as pessoas que tomam conta dessa floresta em pé, porque essas pessoas não ganharam o que comer, as pessoas não vão tomar conta de nada”.
Pontos principais
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A COP30 será realizada em Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025, o que marca a primeira vez que a grande conferência da ONU sobre mudança climática se realizaria na região amazônica.
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Lula disse que levar o debate climático direto à Amazônia permite que o mundo não apenas “discorra sobre a floresta”, mas que conheça as pessoas que vivem nela, incluindo extrativistas, ribeirinhos, artesãos, seringueiros. Ele enfatizou que o cuidado com a Amazônia deve incluir desenvolvimento local e dignidade para os habitantes da floresta — não apenas a proteção ambiental como fim em si.
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou da visita à comunidade e ressaltou que ali “é exemplo de bioeconomia, é exemplo de sociobiodiversidade, de como se mantém a floresta de pé e ela gera condições de vida e dignidade para as pessoas”.
Importância e implicações
A fala presidencial reforça o papel simbólico da COP30 como plataforma de visibilidade internacional — a Amazônia não será apenas tema, mas palco e protagonista da agenda climática global brasileiros. O discurso sinaliza que o governo quer que a comunidade global veja a floresta e, sobretudo, as pessoas que vivem nela, com novos olhos.
Isso pode ter implicações práticas, como:
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Maior pressão internacional para que os países desenvolvidos contribuam financeiramente para a preservação da floresta e ao mesmo tempo para o desenvolvimento das populações locais.
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Fortalecimento da pauta da bioeconomia, ou seja, modelos de desenvolvimento que preservem a floresta enquanto geram renda local — conforme o discurso de Marina Silva citado acima.
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Aumentar a visibilidade global dos desafios da Amazônia — não apenas o desmatamento, mas também as condições de vida, saúde, educação das comunidades que dependem da floresta.
Desafios a observar
Apesar do discurso, especialistas chamam atenção para que as falas se traduzam em ações concretas, principalmente em financiamento climático, mecanismos de governança e políticas públicas para populações amazônicas. Há ainda críticas sobre possíveis contradições entre declarações e medidas efetivas do governo.
Conclusão
Com o anúncio de que a COP30 será sediada no Pará e o discurso de Lula que coloca a Amazônia "sob novos olhos", a expectativa é de que o evento seja mais do que mais uma conferência climática — seja um momento de virada simbólica e prática no modo como o mundo enxerga a maior floresta tropical do planeta e seus guardiões humanos.

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