Ipatinga sanciona lei que institui internação involuntária para dependentes químicos em situação de rua

Ipatinga sanciona lei que institui internação involuntária para dependentes químicos em situação de rua

Norma permite solicitação por familiares, responsáveis legais ou servidores públicos da saúde, assistência social e órgãos do Sisnad




A Prefeitura de Ipatinga sancionou, nesta quarta-feira (6), a Lei nº 5.176, que institui a internação involuntária como política pública de tratamento de dependentes químicos em situação de rua no município. De acordo com a norma, a internação involuntária é aquela realizada sem o consentimento do dependente, a pedido de familiar ou responsável legal. Na ausência destes, a solicitação poderá ser feita por servidor público da área de saúde, assistência social ou por órgãos do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (Sisnad). 

A medida, segundo a administração municipal, busca ampliar as ferramentas de acolhimento e tratamento para pessoas em situação de vulnerabilidade que, em razão da dependência, não têm condições de decidir voluntariamente sobre seu próprio tratamento.

A sanção da lei representa apenas o primeiro passo: ela autoriza o município a implementar essa política, mas ainda há um caminho a ser construído. Será preciso estruturar a rede, capacitar equipes, definir fluxos e fortalecer as abordagens existentes antes que qualquer internação aconteça. 

A proposta partiu do vereador Matheus Braga (Democracia Cristã – DC), que defendeu a medida como uma ação humanitária e não punitiva. “Ipatinga enfrenta um crescimento alarmante no número de dependentes químicos em situação de rua, especialmente na Praça Caratinga, no Pontilhão do Veneza e na Avenida Maanaim. A internação involuntária é uma forma de garantir dignidade e cuidado a quem perdeu a capacidade de buscar ajuda por conta própria”, destacou o parlamentar. 

A regulamentação da nova política deverá ocorrer no prazo máximo de 90 dias, período no qual o Executivo será responsável por estabelecer as diretrizes e os procedimentos de implementação. Está prevista também a criação de um comitê técnico formado por representantes de diferentes setores da administração municipal. Esse grupo será responsável por garantir a efetividade e a legalidade das ações, embora a prefeitura ainda não tenha confirmado oficialmente sua composição.

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