Governador do Rio chama de bem-sucedida megaoperação mais letal da história do estado
Cláudio Castro afirma que ação nos complexos da Penha e do Alemão atingiu criminosos, com “vítimas apenas policiais”, apesar de estimativa oficial ultrapassar 120 mortos.
Na quarta-feira (29 de outubro de 2025), o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, classificou como um “sucesso” a megaoperação realizada nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha — considerada a mais letal da história do estado — e sustentou que as únicas vítimas fatais da ação foram policiais.
Detalhes da operação
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De acordo com a Defensoria Pública do Rio, mais de 132 pessoas foram mortas durante os confrontos na mata entre os dois complexos.
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O governo estadual reconheceu oficialmente 58 mortes: 54 suspeitos de envolvimento com o crime organizado e 4 policiais — 2 civis e 2 militares.
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Em coletiva, Castro afirmou: “Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. Queria me solidarizar com as famílias dos quatro guerreiros que deram a vida para libertar a população.”
Posicionamento do governador
Castro defendeu que a ação tenha sido planejada e orientada, em “área de mata” sem circulação de civis durante o confronto, argumento utilizado para afirmar que “de vítimas lá, só tivemos os policiais”.
Ele ainda repudiou tentativas de politizar o episódio e exigiu foco na cooperação entre estados no combate às facções criminosas.
Críticas e controvérsias
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Especialistas em segurança pública destacam que, mesmo que o alvo fossem criminosos, a operação levanta sérias questões relativas à letalidade, à proporcionalidade e à proteção de civis em áreas conflagradas.
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Há relatos de que moradores removeram dezenas de corpos por conta própria da área de conflito, o que desafia o balanço oficial.
Considerações finais
A declaração do governador marca uma escalada no discurso oficial sobre segurança pública no Rio de Janeiro, ao enfatizar resultados contundentes da repressão às facções. Contudo, o número elevado de mortos e a ausência de detalhes públicos sobre investigação de cada caso geram tensão entre segurança e direitos humanos — e abrem espaço para debates sobre os métodos adotados.

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